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Coluna Conjunta de Aniversário – a presença de Harry Potter!

A equipe de Colunas do Potterish não poderia ficar de fora das comemorações de dez anos do site! Brunna Cassales, Bruno Barros, Monique Calmon, Orlando Louzada e eu preparamos uma coluna conjunta especial de aniversário, e o nosso tema, como não poderia deixar de ser, é Harry Potter!

O bruxo que revolucionou a literatura moderna, que trouxe a milhões de crianças o hábito da leitura, que foi ao longo dos últimos quinze anos alvo de inúmeras críticas, teve um papel único e singular na vida de cada um dos fãs. Hoje, a equipe de colunas se uniu para falar dessa presença tão importante em nossas vidas. Leia a coluna e não se esqueça de deixar seu comentário – o maior presente de 10 anos que podemos receber!

Por Bruno Barros

Harry Potter foi publicado pela primeira vez em Londres em 1997. Ninguém imaginava que acabara de nascer um fenômeno literário mundial. Com apenas um ano de vida, eu nunca poderia entender que aquela história influenciaria a minha história. Com 6 anos de idade, minha mãe – que se chama Lilian – costumava ler contos infantis para mim. Ela encontrou Harry Potter na biblioteca da escola onde trabalhava e encantou-se pela arte da capa. Pegou o livro e começamos a ler. Por volta de vinte dias já havíamos terminado e nos envolvemos muito com a história. Alugamos uma fita VHS com o primeiro filme, e assistimos a magia acontecendo na tela. Minha jornada com Harry Potter começa. Minha mãe trouxe os dois outros livros para que eu pudesse lê-los. A história começava a ficar cada vez mais emocionante, conhecia mais personagens a cada livro e, consequentemente, mais amigos. Quem nunca conheceu um amigo ou um amor por causa de Harry Potter?

Algum tempo depois eu conheci uma grande aliada para com meu relacionamento com Harry Potter: a internet. Sempre que possível, pesquisava por Harry Potter no Google e salvava diversas imagens relacionadas em uma pasta no computador, lia artigos não confiáveis sobre a saga na rede, até ser ao primeiro sítio relacionado a Harry Potter que conheci: O Potterish, que com toda simplicidade me deixava informado sobre notícias do mundo mágico.

Contando assim, parece que minha jornada com Harry Potter foi somente alegria, mas eu tinha que chorar bastante para conseguir cromos que completassem meus álbuns de figurinhas, para que minha mãe comprasse formas de chocolate com desenho de sapos e o pior de tudo: discutir com extremistas religiosos que vinham até minha casa e condenavam a saga, porque era relacionada à magia. Se eles conhecessem a verdadeira magia que a leitura proporciona, não seriam assim.

Agradeço, sempre que me lembro, de ter entrado para a família Ish, que acompanho desde que me dei conta de que Harry Potter era meu herói, podendo compartilhar com o mundo questões e histórias que, acredito, todos já pensamos e vivemos um dia. Desejo ao Ish, muitos outros anos de história. Sabemos que a nossa história somos nós quem construímos, e nós decidimos escrever a nossa ao lado dessa saga maravilhosa.

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Por Brunna Cassales

Aconteceu quando eu tinha oito anos. “Como num passe de mágica.” Antes de entrar na sala eu era apenas uma menina curiosa que só tinha ouvido falar daquele menino de óculos e cicatriz na testa – como eu! – prestes a descobrir quem realmente era através da minha irmã, que, aliás, estava fazendo aniversário naquele dia. Depois de sair da sala de cinema, já não era só mais aquela menina. Eu continuava muito curiosa, ainda mais do que antes, mas agora já tinha sido cativada por um lugar para onde, dali em diante, sempre sonharia em me refugiar e por personagens que deixaram em mim sua marca e nunca seriam esquecidos. Eu descobrira que compartilhava com Hermione, além dos cabelos volumosos, um amor transcendental por livros – o qual cresceria sem limites nos anos seguintes –, o valor à amizade daqueles que sempre permaneceriam ao meu lado, e a coragem necessária para lutar pelo que era certo com eles até o fim.

Assim, com o coração em Hogwarts, o tempo foi se passando e, a partir da hora em que eu li os livros, alguns anos depois daquele dia mágico, o amor àquela história se entranhou em mim e eu me tornei uma fã de verdade. Até então, eu não fazia ideia de onde esse amor puro e declarado de potterhead me levaria, mas não demorei muito a começar a descobrir…

Quando conheci o Potterish, minha primeira impressão deve ter sido ficar de boca aberta em formato de “O” deixando sair apenas um “UAU!” Eu simplesmente fiquei encantada! Tudo no site exercia uma inerente atração potteriana e, no melhor sentido da palavra, era “devorável”! A partir daí, passei a acompanhar a série através do site, e meu forte sentimento por Harry Potter começou a se entrelaçar com o Potterish.

Então eu submergi com tudo nesta maravilhosa terra chamada Fandom HP: comecei a ir a eventos aqui no Rio de Janeiro e a contagiar amigos que fazia por aí afora com o benéfico e irremediável vírus da leitura e do amor à saga Harry Potter, sempre revendo os filmes que vi pela primeira vez no cinema e, aos pouquinhos, relendo os livros – o que, convenhamos, é um hábito irresistível! Enquanto isso, através do Potterish, participei, junto a 150 fãs, de uma emocionante vídeo-montagem de presente de aniversário e em homenagem a autora que mais admiro: Jo, é claro! Foi nessa mesma época que entrei para um grupo de comentaristas do Ish muito legal, a Armada Potterish, e conheci fãs em diversos eventos, o que possibilitou que, virtual e pessoalmente, começasse a criar laços de amizade com fãs tão apaixonados quanto eu.

Um dia – ah, um glorioso dia! –, foram abertas vagas para colunista no Ish e, naquela oportunidade, eu vi o momento de trazer à luz e pôr à prova não só o meu sentimento potteriano, mas também a grande paixão da minha vida… a escrita. Foi assim que escrevi uma pequena coluna-teste abordando um tema pra lá de complexo, que me veio numa inspiração abrasadora: o tempo. Dia 8 de Fevereiro de 2010, foi divulgado o resultado. E cá estou eu – não morri de alegria e surpresa, mas foi por pouco! –, ocupando, humildemente, o cargo que tanto me orgulho de ocupar; escrevendo mais uma coluna com todo meu coração – que sempre será hogwartiano, não se esqueça! – especialmente para você, leitor fiél e visitante do nosso grande aniversariante, o Ish!

Não sei se puseram uma Felix Felicis no meu chocolate enquanto escrevia minha coluna-teste, só sei que foi uma tremenda sorte entrar para esta equipe que vos escreve. Irônico o fato de um momento como esse ter sido tão bom que fica difícil colocar em palavras. Afinal, é por causa delas que vim parar aqui… Enfim, não posso deixar de dizer que minha experiência como colunista já contribuiu muito não só para minha evolução textual, mas para minha evolução como pessoa. Trabalho em equipe, timidez deixada de lado para colocar tudo guardado aqui dentro sob a forma de palavras… Reconhecimento dos leitores, incentivo a escrever mais… e mais. O valor disso tudo é inestimável!

Não foram poucos os perrengues que já passei nesta vida. No entanto, tenho muito a agradecer por algo que se interpôs em meu caminho “como num passe de mágica”… Esse tal de Potterish! Hoje, praticamente uma escritora, Lufa-Lufa até alma, membro ativo de um fã clube carioca que já apresentei a alguns ishianos, representante do site na última – e épica! – Cobertura Potterish, e colunista “até o fim”, me sinto honrada por estar aqui. Afinal, não se pode negar: é maravilhoso fazer parte deste mundo.

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Por Luiz Guilherme Boneto

Era 2001, e no auge dos meus dez anos, ir ao cinema era um evento e tanto. Nos anos que se seguiram, continuou sendo, mas aquele filme que eu vi, naquela noite de novembro, trouxe para muito perto de mim o mundo dos livros e uma das maiores paixões que já experimentei: Harry Potter.

Os livros entraram em minha vida por meio do primeiro filme, que tive o prazer de ver no cinema assim como todos os outros. Harry Potter e a Pedra Filosofal foi uma paixão avassaladora, um amor à primeira vista. Ele me levou a pedir, no Natal daquele ano, um presente inusitado: livros! E não quaisquer livros, mas os que me trariam para perto todo aquele mundo mágico.

Naquela ocasião, estavam lançados apenas quatro dos sete volumes que, como sabemos, hoje compõem a série. Acompanhei, pois, cada novo lançamento com grande ansiedade, bem digna do ócio que as minhas tardes de estudante me traziam à época. E fiz mais: consegui que amigos pessoais lessem Harry Potter e se apaixonassem pela saga. Uma das minhas melhores amigas devorou Harry Potter e a Ordem da Fênix em um final de semana: um feito!, em se tratando de um livro de 700 páginas, às vésperas de uma semana de provas. Coisas que só Harry Potter consegue fazer.

Diz-se por aí que as paixões duram seis meses, em média. Eis que a minha, anuncio-vos, completou onze anos agora em novembro, sem diminuir sequer um mínimo do que já foi. Hoje é ainda melhor, um amor amadurecido, mais crítico, porém de modo algum inferior ao que já foi. Harry Potter continua sendo uma velha amizade de infância, dessas que a vida, felizmente, não nos permite esquecer.

E para as férias de verão deste ano, já tenho um plano muito bem traçado: reler cada um dos sete livros, e matar mais uma vez a saudade de velhos amigos.

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Por Monique Calmon

Serei sincera: não lembro o ano, nem a ocasião, em que ganhei meu exemplar de “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Deve ter sido em um desses aniversários da infância que passaram discretos e já não estão mais registrados na memória. Foi um presente que infelizmente ficou esquecido, guardado em um armário, mas louco para ser descoberto.

Anos depois, em 2005, entrava em cartaz nos cinemas o filme “Harry Potter e o Cálice de Fogo”. Fui assistir com meus amigos, com a mera expectativa de me divertir, mas a experiência foi muito mais mágica; foi simplesmente indescritível. Encontrei uma parte de mim naquela história. Se para criar uma horcrux você tem que separar um fragmento da sua alma, acho que eu vivenciei exatamente o inverso.

Eu não entendia tudo do filme, fiz mil perguntas sobre vários personagens para meus amigos, e ainda assim fiquei muito intrigada em certas partes. Voltei para casa ávida por saber mais, entender a história, vivenciar aqueles momentos de mistério, magia, alegria e tristezas… E foi quando me lembrei daquele livro, guardado no armário, abandonado, mas que agora marcaria o início da minha jornada pelo mundo mágico de Harry Potter.

Hoje, meu exemplar de “Harry Potter e a Pedra Filosofal” sofre com a ação do tempo. Já está amarelado, um pouco amassado nas bordas e com a tinta do título descascando. Às vezes tenho vontade de substituí-lo por um livro novo, que ficaria mais bonito em minha coleção. Mas sinto que devo algo a esse livro. Ele me encontrou, e passou anos esperando que eu o encontrasse. Pode até estar gasto, mas o que importa é que a história que ele guarda. Um dia, talvez, essa história tão especial possa acabar sumindo de suas folhas, mas jamais se apagará do meu coração. E mesmo com o fim da série, sei que não preciso recorrer a um vira-tempo para reviver todos os momentos importantes. Eles estão logo ali, na minha estante.

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Por Orlando Louzada

Gostaria de dizer que passei minha infância toda esperando por minha carta de Hogwarts, mas não foi assim. E me sinto bem com isso.

Descobri o mundo de Rowling quando eu tinha dez anos, e lembro-me bem. Eu havia acabado de chegar em casa com minha irmã mais velha, em um daqueles dias em que ninguém gosta de sair de casa, porque o mundo lá fora está se acabando em água. Muita chuva! Era manhã ainda. Na sala descobri uma fita VHS de capa azul, e com um simpático garoto de óculos redondos. Pelo resto da manhã eu assisti àquele filme com minha irmã, fascinado. Dali por diante sempre que eu via uma porta trancada vinha ”alohomora” à mente; era inevitável! Eu morava em uma cidade pequena, e era o único que gostava. Você pode imaginar o que pensavam quando me viam agitando um graveto, e ainda murmurando palavras incompreensíveis!

Mais tarde eu descobri que meu então filme preferido vinha na verdade de um livro! Sempre gostei de ler! Passei minha infância lendo Júlio Verne, Agatha Christie… Eu não era muito de assistir a desenhos animados, pois gostava de ler, estudar, ou ficar a manhã inteira no jardim comparando insetos, e tentando descobrir qual era o mais estranho, fato que contribuiu muito pra escolha de minha carreira futura. Serei biólogo, ops, magizoologista!

A coleção Harry Potter foi primeira coisa que comprei com meu próprio dinheiro. Dinheiro que eu trabalhei para ganhar, com 15 anos. E me orgulho disso! Até hoje não assisti ao último filme. E nem quero… Quero guardar esse gostinho por muito e muito tempo, até que eu não aguente mais de curiosidade! Assim a magia nunca acaba. Harry não será o tipo de livro que lerei para meus filhos. Quero que eles descubram a magia sozinhos, assim como eu. Pra eles eu lerei outros autores, como Lemony Snicket.

Talvez algum dia Rowling seja reconhecida mundialmente por sua literatura, assim como Shakespeare foi. Talvez batizem um planeta recém-descoberto com o nome de “Hermione”. Talvez consigam criar fogos de artifício no formato da Marca Negra. Talvez… Ninguém sabe sobre o futuro. Já do passado… Perdoe-me, tenho que ir. Cinco voltas devem ser suficientes.

Nossos colunistas prometem passar o domingo festejando o aniversário do Potterish – e preparando as colunas dos próximos dez anos.