Parte 2

Tim Burke fala comenta pontos dos efeitos visuais de HP7.2

O Oscar está cada vez mais próximo, e os indicados estão na corrida para divulgar seu trabalho e aumentar suas chances de vitória. Noticiamos ontem uma pequena análise de Stuart Craig sobre seu trabalho com Hogwarts, e agora foi a vez de Tim Burke, o supervisor responsável pelos efeitos visuais de Harry Potter desde o segundo filme da saga, e que venceu o BAFTA de Melhores Efeitos Visuais, analisar seu papel em Relíquias da Morte Parte 2.

Na análise do vídeo de 10 minutos que você pode conferir logo abaixo, Burke comenta em especial as cenas que se passam no interior de Gringotes, o voo com o dragão e as cenas da Batalha de Hogwarts. É interessante observar a nota de que a cena da morte de Lord Voldemort – que, como noticiamos anterioremente, poderia ter sido diferente – foi alterada poucos meses antes da estreia do filme em julho.

  • A morte de Voldemort

Nós projetamos várias tomadas finais da morte de Voldemort alguns meses antes de entregarmos o filme. Haviam certas áreas do filme que não estavam resolvidas, e por causa dos ambientes virtuais, David Yates percebeu que poderíamos recriar tomadas rapidamente.

A principal mudança foi a morte de Voldemort. Ela aconteceu depois de algumas tomadas finalizadas. Nós fizemos alguns exames e percebemos que precisávamos de uma cena mais épica. Então nós redesenhamos a sequência e, graças aos ativos digitais, nós pudemos recriar o ambiente.

Nós projetamos alguns elementos de Ralph Fiennes em sua geometria e adicionamos essas tomadas, e em algumas cenas nós temos um Voldemort totalmente feito em CG. A cena havia sido finalizada doze meses antes, então foi um longo processo para recolher as tomadas. Nós tivemos que usar materiais de outras tomadas para recriá-lo.

  • O escudo protetor de Hogwarts

Com a chegada de Voldemort e seu exército no penhasco, os professores foram para áreas do pátio e criaram um escudo mágico que protegia e envolvia a escola. Demorou muito tempo para criar o escudo mágico. Então Voldemort bombardeia e destrói o escudo. Queríamos dar uma escala épica.

Nossa referência foi o desastre do avião de Hindenburg, quando ele subiu em chamas, para obtermos a escola das chamas para o material de gravação. Essa foi a referência para os “pedaços de pano de fogo” que caem sobre a escola. Foi mágico – não no sentido de Harry Potter. É algo bonito e chocante ao mesmo tempo. Estas tomadas foram completamente em CG e tinham uma grande escala, o que é gratificante.

  • O dragao de Gringotes

Nós tínhamos que simpatizar e sentir pena por esse dragão de 60 metros através de puro desempenho. Nós encontramos referência em animais reais que foram maltratados, onde a linguagem corporal traduzia nossa personagem. Ele estava preso. Incapaz de Voar. Parcialmente cego. E ele esteve lá por toda a sua vida. Era importante você sentir empatia para você querer que ele escape, e quando ele escapa, ele voa orgulhoso e com magestade. Esta foi uma linda história para introduzirmos na personagem do dragão.

  • A decisão de criar Hogwarts virtualmente

Nós não usamos nenhuma miniatura de Hogwarts. Esta foi a primeira vez que não utilizamos o modelo com escala 24. Nós usamos um modelo de terceira escala para a ponte na sequência dos gigantes. Nós fizemos a escala da arquitetura por onde eles correm para os atores mais altos. Mas nós não usamos miniaturas para recriar Hogwarts.

Esta foi uma grande mudança, uma grande decisão que fizemos antes de começar o filme. Nós estávamos trabalhando no sexto filme e discutíamos com o diretor e os produtores. Tudo o que tínhamos era o livro. Sem roteiro. Nós percebemos o quanto uma parte da história e da escola haviam mudado. David Yates queria a liberdade de voar com a câmer no exterior da escola, através das janelas, explorar a escola durante o desenvolvimento da batalha.

Tendo trabalhado com miniaturas no passado, um grande modelo em escala 24 e modelos de diferentes escalas para áreas diferentes, nós sabíamos que seria um trabalho difícil construir estas miniaturas e juntá-las nas tomadas. A Double Negative tinha a tecnologia que nós usamos com sucesso em Enigma do Príncipe para reconstruir toda Londres. Era  hora de descartar a maquete.

Vamos ficar na torcida para que Tim Burke e sua equipe recebam o Oscar neste domingo!