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Um relato como poucos

As obras sobre a Segunda Guerra Mundial são muitas e, às vezes, repetitivas. No entanto, “O Diário de Anne Frank” é um relato profundo, pessoal e doloroso a respeito do Holocausto e todas as implicações do terror a que foram submetidos os judeus.

[meio-2]Leiam a resenha de Natallie Chagas e deixem seu comentários!

“O Diário de Anne Frank”, de Otto H. Frank e Mirjam Pressler

Um relato como poucos Tempo: para ler de um tiro só no fim de semana
Um relato como poucos Finalidade: para ficar na ponta da cadeira
Um relato como poucos Restrição: para quem não suporta melodrama
Um relato como poucos Princípios ativos: biografia; Segunda Guerra Mundial; nazismo; judeus.

Um relato como poucos

Annelisse Maria Frank ou Anne Frank foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do holocausto. Ela se tornou mundialmente famosa com a publicação póstuma de seu diário, no qual escrevia as experiências do período em que sua família se escondeu da perseguição aos judeus dos Países Baixos. O Diário de Anne Frank, publicado pela primeira vez em 1947, é considerado um relato tocante e um dos testemunhos mais importantes dos horrores da perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Um relato como poucos

Esta edição traz na íntegra o diário de Anne Frank, com todos os trechos que seu pai cortou para a publicação de 1947, já tão conhecida e lida. É comovente descobrir que, mesmo no contexto tenebroso do nazismo e guerra, ela viveu problemas e conflitos de uma adolescente de qualquer lugar e tempo. Anne Frank registrou admiravelmente a catástrofe que foi a Segunda Guerra Mundial. Seu diário está entre os documentos mais duradouros produzidos neste século, mas é também uma narrativa tenra e incomparável, que revela a força indestrutível do espírito humano.

A leitura foi acessível provavelmente por causa da linguagem da Anne, que tinha apenas 14 anos quando começou a escrever. O ponto alto deste livro é que essa é a edição final. Miep Giles e Bep Voskuijl encontraram os diários de Anne e entregaram sem ler para o pai da menina depois que a guerra acabou. Ele precisou considerar algumas coisas antes de publicar.

Anne relata que, em um dia de 1944, um membro do governo holandês anunciou pelo rádio que depois da guerra esperava recolher testemunhos ocultos do sofrimento do povo holandês sob a ocupação alemã e que pudessem ser disponibilizados para o público, mencionando cartas e diários. Anne ouviu, se impressionou (ela relata esse acontecimento) e decidiu reescrever e organizar seu diário, que ela pretendia publicar, omitindo e acrescentando memórias. Ao mesmo tempo, ela continuava escrevendo seu diário original.

O primeiro diário publicado é aquele sem cortes (versão a), o segundo é modificado (versão b). Quando o pai dela pegou todas as anotações, organizou numa versão curta (versão c). Ele precisava considerar as passagens sobre a sexualidade da filha e, por respeito aos mortos, decidir se publicava ou não determinadas partes. Anne escreveu de tudo, sobre ela e todos em forma de diário.

As versões “a” e “b” foram escritas por Anne, a “c” foi organizada por seu pai e a edição que li, apesar de se basear mais na “b”, é um conjunto das três versões. Por tudo isso, é a edição mais completa e definitiva.

Através desse livro, o leitor pode entender um pouco dos sentimentos de uma garota comum de 14 anos e de sua família que, como tantas outras desconhecidas, buscavam uma saída para sobreviver em meio aos tempos negros da Segunda Guerra Mundial.

Resenhado por Natallie Chagas

349 páginas, Editora Record, publicado em 2010.
*Título original: Het Achterhuis.

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