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Meg Cabot viaja ao século XIX

A seção de Resenhas do Ish será semanal mais para frente, mas nesse começo faremos duas indicações literárias por semana. Hoje, Debora Rezende revela que Meg Cabot, a autora da série “Diário da Princesa” tem um pseudônimo, chamado Patricia Cabot. [meio-2] Com esse nome, Cabot escreveu “A Rosa do Inverno”, um romance que lembra a literatura de Jane Austen, mostrando que sua princesa moderna foi criada a partir de muita leitura do Romantismo. Confira aqui a resenha.

E lembre-se, para ver seu livro favorito (além de Harry Potter, claro) resenhado pelo Potterish, mande sua sugestão para a nossa equipe.

“A Rosa do Inverno”, de Patricia Cabot

Meg Cabot viaja ao século XIX Tempo: para ler de um tiro só no fim de semana
Meg Cabot viaja ao século XIX Finalidade: para rir
Meg Cabot viaja ao século XIX Restrição: não gosta de perder tempo com longas descrições
Meg Cabot viaja ao século XIX Princípios ativos: rosa, inverno, sensualidade, família, romance

Com o verão dizendo adeus e o barulho gostoso da chuva batendo no telhado, quem gosta de devorar romances no final de semana vai adorar o que trazemos hoje. A renomada autora de romances adolescentes Meg Cabot, traz para o público, sob o pseudônimo de Patrícia Cabot, o envolvente romance “A Rosa do Inverno”. Para os leitores que estão acostumados com o humor irreverente e os temas típicos da adolescência debatidos nas obras da autora, “A Rosa do Inverno” pode trazer muitas surpresas.

Meg Cabot viaja ao século XIX

Meg Cabot viaja ao século XIX

Meg Cabot volta às origens do Romantismo

A autora nos leva aos ducados do século XIX, quando Lord Edward Rawlings irá fazer de tudo para passar o título que não deseja para o sobrinho desaparecido. O rapaz é filho de seu falecido e inconsequente irmão mais velho com a filha de um vigário. Na busca pelo garoto, tudo o que Edward não esperava era encontrá-lo nas mãos de uma tia solteirona que se recusa a deixar que o garoto assuma o título de Duque de Rawlings. Com seu gênio forte e sua recusa em receber um não, Edward viaja pessoalmente até Applesby para convencê-la a deixá-lo levar o menino.

Edward acaba encontrando naquele gelado fim de mundo a sedutora Peggen MacDougal e a salva de um inconveniente pedido de casamento. Jovem e dona de fortes opiniões, a filha mais nova do ex-vigário de Applesby não era exatamente o que Edward desejaria encontrar em sua concunhada, principalmente quando cada célula do seu corpo se sentia magneticamente atraída pela cintura fina de Peggen. Mesmo contrariando tudo em Edward e sua família, que nunca dera uma migalha para Jeremy depois que sua irmã Katherine casou-se com o filho mais velho dos Rawlings e morrera, até mesmo a liberalista percebe que, assumindo o trono que é seu por direito, Jeremy teria um futuro muito melhor do que vivendo da caridade da igreja. Não é somente o olhar de Edward que Peggen desperta quando chega ao Solar Rawlings, uma vez que Arabella Ashbury está tão disposta em manter seu relacionamento com o Lord, mesmo que ele já não pareça mais tão interessado assim em seus cabelos louros.

Os mistérios que cercam a morte de Katherine e John, os pais biológicos de Jeremy, não é só o que o leitor descobrirá. Regado a muita sensualidade e humor, a ficção adulta de Meg Cabot foi um dos primeiros livros lançados pela autora. Em entrevista sobre a obra, ela afirmou que não escreve muitos livros que se passam em outros séculos por requererem muito tempo pra pesquisa. Mas, mesmo assim, sente falta de escrever sobre as roupas bonitas e as paisagens exuberantes da época. Meg Cabot lançou ainda outros seis livros com o mesmo pseudônimo, todos voltados para uma literatura mais adulta, na tentativa de não provocar uma confusão na cabeça do leitor, principalmente das crianças.

Em setembro de 2009, a autora visitou o Brasil em lançamento do último livro da série “O Diário da Princesa – Princesa para sempre”. Cabot vive em Nova York com seu marido e uma gata de um olho só chamada Henrietta.

Resenhado por Debora Rezende

416 páginas, Editora Essência, publicado em 2008.
*Título original: “Where Roses Grow Wild”. Publicado originalmente em 1998.

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