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A geração mágica de Potter

A geração mágica de PotterA geração mágica de Potter
A “geração Harry Potter” tem íntima relação com o consumismo.
Nossa colunista Larissa Almeida fala um pouco mais sobre este delicado relacionamento ao insinuar que dinheiro não compra algumas coisas… O texto completo, você lê na extensão.


por Larissa Almeida

Harry Potter. Hoje em dia não há quem não tenha pelo menos ouvido falar neste nome. São estas 11 letras que fascinam multidões de crianças e adolescentes pelo mundo afora. Afinal, trata-se do maior fenômeno literário dos últimos tempos.

Nunca se viu uma obra que atraísse tal quantidade de fãs como a saga do bruxo da cicatriz em forma de raio. Os livros batem recordes de vendas, os filmes arrecadam uma bilheteria estupenda, e os produtos relacionados à série dão imenso lucro às empresas que os comercializam.

Mas não é por isso que eu digo que vivemos na geração Harry Potter; tais características são apenas superficiais. Para mim, o que é verdadeiramente admirável no fenômeno Potter está oculto interiormente. O que mais impressiona não é o número de livros vendidos, mas a afeição que os leitores desenvolveram para com eles. A quantidade de dinheiro que os filmes arrecadam não é tão extraordinária se comparada à ansiedade mal controlada e ao brilho nos olhos dos fãs numa fila de cinema em dia de estréia. E que importância tem o dinheiro que lucraram com os mais novos cadernos de Harry Potter se ninguém compra o sorriso de um fã ao olhar para aquela capa e lembrar de seu personagem mais querido?

Ser parte da tal geração Harry Potter não é só ler todos os livros, ver todos os filmes ou colecionar todos os álbuns de figurinhas; é vivenciar toda esta magia. Isso não é algo que se pode comprar ou vender, apenas sentir. E me deixa feliz saber que tem muita gente que, assim como eu, realmente entende isso. Para os verdadeiros fãs, gostar de Harry Potter é algo que os define; e se eu levar em conta a enorme quantidade de amantes da série pelo mundo, posso concluir que isso é algo que, consequentemente, define esta geração.

Pode até ser que passemos estas coisas adiante para nossos filhos e netos, mas certamente eles não sentirão o que sentimos hoje. Futuramente haverá outros livros infantis e criarão novos personagens; e por mais que todos venham a recordar do tempo em que Potter prevalecia, nunca será a mesma coisa. Porque no futuro tudo isso será apenas lembrado, mas agora no presente isso está sendo vivido. E tenho orgulho de dizer que faço parte da geração que viveu Harry Potter, parte de uma geração que teve suas vidas mudadas pelo Menino-Que-Sobreviveu, parte de uma geração que passou por aventuras incríveis e conheceu personagens encantadores, parte de uma geração que aprendeu grandes lições através das palavras de uma escritora que conquistou a todos de uma forma mágica, e principalmente, parte de uma geração que foi capaz de sonhar. E uma vez parte disso, parte disso para sempre. Porque a semente que foi plantada no coração de cada um que vive esta geração, continuará a florescer ainda que o tempo passe. Afinal, a magia não tem fim para os que realmente acreditam.

A geração mágica de Potter
Larissa Almeida é colunista do Ish.