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Confissões de um Malfoy

Nosso novo colunista, Lucas Sasdelli, que estreiará nossa nova área de Crônicas, escreve esse texto trabalhando os questionamentos sobre a amizade.

Um breve texto, tratando sobre os conflitos internos, amizades e racismo. Reflexo de um Malfoy em todos nós.

Você pode conferir a coluna completa aqui.

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Confissões de um Malfoy
Por Lucas Sasdelli

Não. Embora pareça, essa não é mais uma Fanfic onde o loiro platinado, malvado por natureza, se descobre uma pessoa sensível, tenra e gentil; por vezes apaixonado por uma sangue-ruim (Hermione Granger), por uma traidora do sangue (Gina Wesley) ou mesmo alguém do mesmo sexo, como Potter e/ou R. Weasley.

Embora a sexualidade alheia seja de extremo interesse de qualquer ser humano, até daqueles que afirmam o contrário, as confissões de suma importância feitas a Murta em “O Príncipe Mestiço” estão distantes, felizmente, desse assunto. Vamos a elas:

Murta serviu como um desabafo para o afligido Draco Malfoy, como todos já sabem, mas o que há de interessante nisso tudo não é o teor das conversas das quais já sabemos, nem o motivo que pode significar uma redenção do vilão, e tampouco se foi pura covardia de Draco, mas sim o fato dele escolher logo a Murta!

Também não creio que ele tenha sido instigado pelos “Contos da Murta”, mas convenhamos que a escolha lógica seria um amigo próximo a ele, e no entanto está ai a chave da questão: Qual amigo? Não pelo fato de ter dois gorilas e uma puxa saco como “friends”, mas creio que por ele, Malfoy, não confiar neles se devia ao fato deles terem contato com Comensais da Morte, mas não é tão simples, pois Draco poderia até confiar nos três, mas não confiava em si próprio, pois sabia que se fosse um deles em seu lugar a lhe confidenciar o que ele confidenciara a Murta, provavelmente a primeira coisa que faria seria mandar uma coruja para a sua mãe, delatando-o.

Muitas vezes a grandeza do texto de Rowling está justamente naquilo que ela não escreveu, portanto o espaço que ela deixou para imaginarmos sabendo que os Pottermaniacos ,por natureza, amam fazer teorias sobre o que está por vir ou sobre o que aconteceu; mas serve também para questionarmos o que chamamos de amizade! Seria um bom amigo aquele que sempre fala “sim”? Ou aquele que sempre fala “não”? Que te compra com um elogio ou que se delicia em depreciar-te? Importante também é aquilo que vemos em nossos amigos… Porque afinal somos amigos de nossos amigos? Por serem populares? Ou seres excêntricos de outro planeta? Por serem bonitos, e assim tirarmos uma “casquinha” ou nos vangloriarmos de poder dizer “eu sou amigo dele(a)”? ou por serem fisicamente desprivilegiados? Dessa forma nos vangloriando da feiúra alheia, mesmo que seja um amigo, servindo ele de conforto para os nossos defeitos e um canalizador das nossas virtudes… Seria a nossa amizade uma relação de parasitismo? Como a de Harry e Rony para com Hermione? Afinal, é ótimo ter alguém que faça nossos deveres de casa, não é mesmo?

Da próxima vez que for a um banheiro, mesmo não tendo uma Murta, olhe no espelho e se pergunte: Porque alguém seria seu amigo? Depois encare os seus amigos e procure arranjar motivos de tê-los ao seu lado. Aquele que você não encontrar motivo algum, pode ser o seu verdadeiro amigo, ou um grande equívoco. Mas cuidado, temos vários Severos Snape escondidos em pele de Aurores.